blog do escritor yuri vieira e convidados...

Categoria: Umbigo Page 27 of 37

Documentário

Ontem, o Pedro Novaes finalizou – com ajuda da Aline Nóbrega e pentelhação minha – a primeira versão, com vinte minutos, do documentário resultante da nossa viagem à Chapada dos Veadeiros. (A versão final incluirá outros dois parques nacionais.) Com argumento, direção e roteiro dele, devo dizer que ficou ótimo. O vídeo trata da relação difícil entre os Parques Nacionais, encabeçados pelo famigerado IBAMA, e a população do entorno. Há depoimentos bem interessantes. A tônica geral é: o povo reconhece a necessidade de se conservar o meio-ambiente, mas o Estado(IBAMA) não é lá muito aberto às necessidades e à opinião das populações locais. Bem, pelo menos é o que senti. O pedro certamente falaria melhor do assunto.

Patente

Falcon
Fico bastante chateado quando me lembro que, hoje, eu deveria ser um milionário. Explico: em fins dos anos setenta, eu costumava atirar meu Falcon pela janela do quarto – morávamos num sobrado em São Paulo – com as pernas presas a um elástico comprido, o mesmo que meu pai usava para impulsionar seu aeroplano (um aeromodelo sem motor). Se eu soubesse que, mais tarde, o tal bungee jump viraria um esporte radical, teria patenteado minha invenção e, agora, bem, agora estaria montado na nota. Como toda invenção, essa também nasceu de uma preguiça: eu não agüentava mais descer as escadas para buscar meu Falcon cada vez que o fazia saltar de pára-quedas. E, quando um dia o pára-quedas não abriu, vi que o vai-e-vem do elástico era muito mais divertido. Será que, caso eu encontre uma foto da época, ainda poderei registrar a tal patente? Poderei? 🙁

Bate-bola

clovis.jpgEu estava revendo a foto da entrada anterior e, graças às burcas, me lembrei do Clóvis ou, como as crianças costumavam chamar, dos Bate-bolas. Eram uns palhaços sinistros, com máscaras indefinidas ou de caveiras, que, durante o carnaval, saíam pelos subúrbios do Rio de Janeiro a assustar as crianças. Sempre passávamos as férias de final de ano e os feriados curtos na casa dos meus avós paternos, em Guadalupe, bairro onde, segundo dizem, morou o Caetano Veloso logo que chegou ao Rio. Guadalupe ainda era um bairro tranqüilo, pacato, sem a bagunça e a violência atuais. Brincávamos sempre na rua, exceto quando passavam os bate-bolas. Morríamos de medo. Eles andavam com bolas de couro presas em cordas, e as atiravam contra os portões das casas, apitando horrivelmente por baixo das máscaras. Corríamos gargalhando de pavor. Ouvi dizer que, hoje em dia, não apenas as crianças temem esses caras. Agora, muitos ladrões se fantasiam de Clóvis no Carnaval. O medo, que antes era apenas uma ilusão infantil, tornou-se mais uma triste realidade.

P.S.: É claro que, segundo acabo de descobrir, já havia uma comunidade no Orkut sobre esses monstrengos…

Interiorrrrr

Estou pensando em me mudar para o interior. Depois de São Paulo, Brasília e Goiânia – sem falar das minhas curtas viagens ao exterior – pude perceber que o planeta INTEIRO é uma grande província, não importando que seja Hong Kong, Rio ou New York. Se não sou conhecedor direto, por exemplo, de países de “primeiro mundo”, ao menos conheço muitos de seus representantes. E a conclusão é: terráqueo é sinônimo de caipira. Parisiense? Caipira. Nova-iorquino? Redneck. É foda ser de outro planeta – para não dizer do mundo da lua – e, ao mesmo tempo, apaixonado pela Terra. Acredite: estamos no Capão Redondo do Cosmos, na Quixeramobim do Universo, todos nós, brancos, amarelos, roxos ou negros.
Quanto à mudança, estou pensando em Alto Paraíso de Goiás – ao norte de Brasília, na Chapada dos Veadeiros – ou em algum lugar no litoral. Sugestões? Tudo o que quero é paz para escrever, amor para viver, e dor natural para suportar. Chega de abismos abstratos. Claro, se surgir uma diplomata para me levar mundo afora, aceito. Não seria ruim bancar o Clariço Lispector de má qualidade…

O nome do blog

A partir de hoje, meu blog não terá nome fixo. O conceito, claro, será sempre o mesmo: kara e loka, isto é, “autor” ou “escritor” mais “o lugar onde ele se encontra”. Como minha linda amiga candanga Jamila Gontijo andou puxando minha orelha, me aconselhando a sair da toca, hoje o blog se chama “A toca do autor“. Se amanhã eu estiver deprê – ou com a “vó atrás do toco”, como diria meu amigo Paulo Paiva – eu então mudarei o título para “A caverna do autor”, “o subsolo do autor”, “a fossa do autor” e coisas do gênero. Se, pelo contrário, eu estiver na minha fase maníaca, mudarei o nome para “O sétimo céu do autor” ou, quem sabe, “o jardim das delícias do autor”, e por aí vai. Claro que, no arquivo mensal e semanal, contanto que eu não necessite reconstruí-lo totalmente, o nome do momento permanecerá registrado, ficando aí minha dica: num futuro próximo, verifique as diferentes semanas e vc encontrará, não diferentes blogs, mas diferentes tons do mesmo blog.

Cu do capeta

Vó MariaNão sei se você conhece o Cu do Capeta. Foi minha Vó Maria quem me informou sobre sua existência. Minha avó materna é uma camponesa típica. Nasceu, cresceu, amadureceu e, hoje, envelhece numa fazenda. Tem quase noventa anos, anda escorada num cajado e diminuiu tanto que já parece um duende, um leprechaun. Em sua casa, cada vez que um objeto desaparece, é porque ele está “socado no cu do capeta”. E de nada vale lhe explicar que, segundo Stephen Hawking, não existem, como se imaginava, os tais buracos-negros absolutos. Algumas coisas podem ir até eles e voltar. “Não do cu do capeta”, diz ela.

Quase hacker

Já estou me sentindo praticamente um técnico em informática. Eu já havia trocado – de diferentes computadores – placas de vídeo, rede, modem e som, drives de CD-ROM, disquete e Disco rígido ene vezes, mas nunca havia montado um PC inteiro do zero, tal como fiz ontem. Ligar a placa-mãe ao gabinete, instalar processador e cooler, conectar jumpers, mil e um fios e conectores, flats – puts! – nem sei como o bicho saiu vivo dessa história. (Ele respirou, juro.) Poxa, quando eu era moleque, eu tinha era um CP-400 Color, não precisava montar e desmontar o coitado. Em suma: já sei criar sites com diversos tipos de scripts… sei montar e configurar PCs… sou ótimo para recuperar dados perdidos… já instalei Linux uma vez num 486DX4-100… sou freqüentador do Astalavista… Próximo passo: virar um hacker! Ah hahahaha!!! (Para os entendidos: é claro que eu vou virar é um lammer, né…)

O Sr. Jorge Recóndito

O Sr. Jorge Recóndito é o cara mais chato, depressivo, negativo, sardônico e mal-humorado que eu conheço. Nos dias em que ele vem me visitar – puts! – ele me deixa arrasado. Hoje apareceu por aqui chutando os gatos da casa. Não consegue aceitar bichinhos que não sabem senão comer, ronronar e se meter por entre as pernas dos que caminham cheios de raiva contra as circunstâncias. Sim, o Sr. Recóndito já tentou o suicídio duas vezes. Com uma arma e com o zen-budismo. Este último quase logrou matá-lo, mas não foi possível: o Sr. Jorge Recóndito, embora culto, é casca grossa. Como poderia lhe agradar a idéia de atirar seu ego no vazio se tudo o que mais quer é que lhe prestem culto?

Droga pesada

O café tornou-se, para mim, uma droga das mais pesadas. Não posso tomar uma xícara sequer, diante da Internet, que já começo a enviar emails idiotas para Deus e o mundo. Bem-feito pro Yuri, quem mandou ele exagerar nas experiências psicodélicas? Subir uma escada em casa, depois de haver escalado dez picos no Nepal, dá uma canseira dos diabos…

Publicidade

Eu sempre tive vontade de andar por aí, mesmo a pé, vestido com um macacão de Fórmula 1, cheio de publicidade, e um capacete com a inscrição “escritor”, afinal, é preciso sobreviver. Mas não daria certo: pouca gente me veria, já não sou tão rueiro. Eu já havia tentado vários sistemas de troca de banners, e inclusive correr atrás de patrocínio, mas também me cansei. Ou a gente se vende, ou escreve. Em seguida, pensei em colocar o AdSense no meu site, mas, no ano passado, pesquisei e li a reclamação da Cora Rónai em seu blog: a Receita Federal estava bloqueando os cheques da Google. Desisti de vez. Mas porém contudo todavia, outro dia, vi o Alexandre Cruz Almeida a dizer que os caras haviam liberado a bufunfa. Tornei ao AdSense. Veremos no que dá. E seguirei outros conselhos do figura: Livraria Cultura, Submarino, etc. Hay que enternecerse, pero sin dejar de vender jamás…


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