blog do escritor yuri vieira e convidados...

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Que seus olhos sejam atendidos

Lembram-se deste documentário do GNT? Ele foi realizado pelo cineasta Luiz Fernando de Carvalho durante uma viajem ao Líbano, juntamente com Raduan Nassar, cujo objetivo principal era pesquisar o ambiente social para o filme Lavoura Arcaica. Aliás, um belíssimo filme. Não era um documentário político, por isso apenas tangencialmente intrometia-se com Hamas e Hezbollah. Seu objetivo era mostar como viviam, diariamente, os libaneses. Há ali um Líbano que não aparece nas manchetes dos jornais, que não é filiado ao partido de Deus (nenhum deles todos que são um? Alguém entende?); um Líbano de existência milenar.

Ao assistir o documentário, a certa altura, me dei conta de que havia uma perspectiva de vida se formando no Líbano, algo que nunca foi claro para as gerações que nasceram durante os 20 anos de guerra civil aditivada pelo eterno conflito Israel-Palestina (1970 – 1990). Depois de passar a década de 90 inteira reconstruindo seu país, os libaneses – principalmente a juventude – podiam começar a conviver com uma coisa bastante trivial para nós: uma idéia de futuro.

O Garganta em erupção

As sincronicidades são mesmo fabulosas. O vulcão equatoriano Tungurahua (Garganta de fogo, em quechua) começou a vomitar cascalho, cinza e lava novamente. (Veja no Google Maps.) Aliás, ainda não expliquei o porquê de eu ter usado o nome e a foto desse vulcão no blog, mas qualquer dia o farei. (Há algumas fotos da minha escalada ao dito cujo no meu perfil. Fotos com mais de dez anos.) Pois é, o cume do vulcão, onde estive sentado (veja a foto) e em cuja neve enterrei um papel com uma citação de Nietzsche, já não existe desde 1999, quando explodiu. (A erupção anterior havia sido em 1925.) O fato é que, em 1999, alguns anos depois da minha escalada, eu também sofri algumas explosões internas que não vêm ao caso. Assim como estou novamente prestes a entrar em erupção: “Não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.” (Ah, essa raça irritável dos homens de letras! Tão cheia de frescuras…)

Enfim, eis os versos nietzscheanos que viraram fumaça:

“Vós outros olhais para cima quando aspirais elevar-vos.
Eu, como estou alto, olho para baixo.
Qual de vós podeis estar alto e rir-vos ao mesmo tempo?
O que escala elevados montes ri-se de todas as tragédias da cena e da vida.”
Zaratustra

No alto do vulcão, pensei com os zíperes do meu anorak North Face que Nietzsche certamente nunca subira ao cume dum “elevado monte”. Ao menos não nos Andes. (Enquanto o Tungurahua tem mais de 5000 metros, o Monte Branco, ponto culminante da Europa, não passa dos 4800 metros.) Do contrário, conheceria o microclima dessas montanhas, que as enche de nuvens, justamente no ápice da aventura, e não nos deixa ver ninguém lá de cima, muito menos rir das cenas da vida. A gente, tanto quanto o vulcão, fica é a ponto de explodir…

Que Deus ilumine o caminho daqueles que ali morreram esta semana. Hermanos, oiga lo que les digo, vivir cerca de un volcán es como vivir con una espada colgada sobre la cabeza… de toda la gente.

De olho na Terra

Quantos satélites existem na órbita da Terra? Quer descobrir? É possível seguir a trilha dos satélites artificiais (o único natural é a Lua, ok?), em tempo real, neste site: www.n2yo.com.

O Brasil tem dois aparelhos, construídos em parceria com a China. O CBERS-1 foi lançado em 1999 e o CBERS-2, em 2003 — a parceria ainda prevê a construção do CBERS-3 e do CBERS-4.

O TDRS 4, dos EUA, está exatamente acima do Brasil. É um satélite geoestacionário, isto é, se move na mesma velocidade que a Terra (o deslocamento de um anula o do outro; daí ser “estacionário”)

É um site interessante para quem curte o assunto. E dá até para acompanhar a ISS (ou Estação Espacial Internacional).

Suicídio online

Ou as pessoas ainda não entenderam que do outro lado da net há gente de verdade ou de fato não há mais o menor traço de senso moral no coração das novas gerações. Um garoto de 16 anos anuncia com antecedência seu suicídio através dum blog e a turma internacional decide ajudá-lo. Ajudá-lo a morrer, claro. E o figura realmente se mata. A polícia gaúcha foi avisada pelos canadenses, imagine.

(Por falar em suicídio, aquele livro “Memórias de um suicida” tem cenas mais aterrorizantes que o filme “A volta dos mortos vivos”. Pena que ninguém disse isso pro figura.)

Quase demitido

Acho que o eDitador terá de demitir o Paulo Paiva do Garganta. O cara foi a Cuba com nossa amiga Andréa Leão, tirou várias fotos (divulgou pouquíssimas), passou por vários apertos e até agora não nos contou nada a respeito. Tanto que, em Fevereiro, eu mesmo tive de narrar um dos inúmeros causos. Em geral, apenas os amantes da ideologia comunista vão a Cuba e, exatamente por acreditarem no que acreditam, voltam contando maravilhas do regime. Tudo mentira ou ilusão, por supuesto. A Andréa, por exemplo, adorou a paisagem, a comida, a música, a bebida, mas, caso fosse uma cubana exilada em Miami, teria sido a primeira a ir comemorar nas ruas a doença do Fidel Castro. Odiou a ditadura e as barbaridades que esta faz aos cubanos.

E então, Paulo?

Efeitos da maconha

Eu não ia postar tantos vídeos em seqüência, mas esse merece. (Muito engraçado.) Recebi da Aryna, uma amiga, e representa muito bem a diferença apontada pelo Wittgenstein entre “dizer” e “mostrar”. Bem, segundo os autores trata-se de uma “obra de ficção”: Tapa na pantera. O problema é que, na internet, as coisas que afirmam ser reais costumam ser fictícias e vice-versa, logo, vai saber. Enfim, quer ter uma idéia humorística dos efeitos do uso prolongado da maconha numa atriz? Não é preciso dizer nada, ei-los.

Como dizia meu professor de Taxonomia e morfologia das fanerógamas, lá na UnB, “tudo em excesso faz mal, até mesmo água. Afogar-se afinal é o quê? Não é overdose de água?” (Cá entre nós, excesso de dinheiro na mão do narcotráfico também faz muito mal…)

Juro por meus testículos

Conforme já escrevi antes, curto muito etimologia. E também sempre me intrigou o fato de que, ao contrário dos filmes americanos, nos tribunais brasileiros uma testemunha nunca faz juramentos com a mão sobre a Bíblia. Aliás, não há qualquer menção – ainda que indireta – à natureza transcendental da consciência e aos riscos que esta corre caso perjure. A pessoa simplesmente concorda em respeitar o tribunal, a lei e pronto. Numa CPI então, nem sei se se chega a tanto. Logo, em nossos fóruns a mentira há de correr solta, afinal, não se coloca em jogo aquilo que a pessoa tem de mais importante. Os tais especialistas – digo, os bacharéis, os juristas – enchem pois o peito para dizer que o Brasil não segue o Direito Anglo-saxônico – tal como os americanos, sua Bíblia do Rei James e sua condenação necessariamente unânime – mas segue sim o Direito Romano. Hummm. Sei. Quero dizer: será? Hoje, por exemplo, fiquei deveras tocado com a informação de que o vocábulo testemunha é derivado do latim testis, isto é, testículos. Dizem os eruditos – ouviu? os eruditos – dizem eles que os antigos romanos prestavam juramentos com a mão direita cobrindo o roxo, como quem diz: “juro pelo que tenho de mais sagrado, juro pelo meu saco”. O que aconteceria a quem cometesse perjúrio? Dá pra imaginar, não dá?

Se nosso Direito é romano, então deveria ser mais fiel às suas origens, principalmente nas CPIs. É o que merecem os nossos bárbaros concidadãos, legisladores e dirigentes, esses que ainda não sabem que a consciência é muito mais valiosa que um par de bolotas…

Contagem regressiva

Eis a contagem regressiva do Al Gore para o fim do mundo:

Bem, trata-se duma tiração de sarro do radialista Rush Limbaugh, em referência ao alarmismo eco-catastrófico do ex-candidato democrata à presidência dos EUA.

Já o Jucelino Nóbrega da Luz não afirma que o mundo irá acabar. Diz apenas que rolarão mil e uma catástrofes naturais que poderão exterminar até 80% da população mundial e que isso nada tem a ver com degradação ambiental. Parece que é só porque o Riobaldo tinha razão: “viver é muito perigoso”.

É o fim do mundo – 2

Digamos que aquele post sobre o filme com 250 casais transando ao mesmo tempo seja o primeiro da série. Bem, continuo investigando (imaginando) que espécie de produtos culturais deixariam o Bin Laden louco para exterminar a influência ocidental. Para tanto, nada melhor que observar o que sai de um país que, ao perder a guerra para os americanos, baixou a crista e aceitou humildemente sua derrota. (Claro que isso tudo é só pra encher linguiça, afinal, os japoneses já eram tarados antes do século XX.) Mas, enfim, vamos lá. Você sabia que há um video game chamado Biko 3 (Illusion) – sim, já está na terceira edição – cujo objetivo é seguir lindas garotas pela rua e, na melhor oportunidade, estuprá-las? Essa gente tá cada dia mais sem noção. Ou cada dia pensando mais com a cabeça de baixo…

Veja o video promocional:

Central do Brasil

Rio N 198.jpg

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