Lembram-se deste documentário do GNT? Ele foi realizado pelo cineasta Luiz Fernando de Carvalho durante uma viajem ao Líbano, juntamente com Raduan Nassar, cujo objetivo principal era pesquisar o ambiente social para o filme Lavoura Arcaica. Aliás, um belíssimo filme. Não era um documentário político, por isso apenas tangencialmente intrometia-se com Hamas e Hezbollah. Seu objetivo era mostar como viviam, diariamente, os libaneses. Há ali um Líbano que não aparece nas manchetes dos jornais, que não é filiado ao partido de Deus (nenhum deles todos que são um? Alguém entende?); um Líbano de existência milenar.
Ao assistir o documentário, a certa altura, me dei conta de que havia uma perspectiva de vida se formando no Líbano, algo que nunca foi claro para as gerações que nasceram durante os 20 anos de guerra civil aditivada pelo eterno conflito Israel-Palestina (1970 – 1990). Depois de passar a década de 90 inteira reconstruindo seu país, os libaneses – principalmente a juventude – podiam começar a conviver com uma coisa bastante trivial para nós: uma idéia de futuro.