O Garganta de Fogo

blog do escritor yuri vieira e convidados...

From New York to Paulo Francis

Já faz mais de um mês que o cineasta João Rocha – sobrinho do Glauber Rocha – e o pesquisador Lécio Augusto Ramos me enviaram cópias duma carta que xeroquei ainda na UnB, mas que perdi anos atrás: From New York to Paulo Francis, uma carta onde Glauber demonstra sua verve inconfundível e tece comentários impagáveis sobre a capital do mundo, seus artistas, personalidades e a relativa bobagem que é, para o artista criador, a necessidade de viajar geograficamente. Eu pretendia transcrevê-la por inteiro, mas como ainda não me organizei o suficiente para tanto, seguem as imagens da revista (Status, 1968) em que foi publicada.


Glauber Rocha
Glauber Rocha
Glauber Rocha

(Clique nas imagens da esquerda para a direita.)

Conheça o site Tempo Glauber, administrado por João Rocha.

ETA, MST e PCC

Do Alerta Total:

A onda de terror sobre São Paulo não foi concebida por presos rebelados. Confirma-se a tese de que a organização criminosa Primeiro Comando da Capital não foi mesmo a articuladora principal dos atos terroristas que amedrontaram e paralisaram São Paulo desde a madrugada de sexta-feira. A advogada criminal da ONG Nova Ordem, Iracema Vasciano, que visitou os líderes do PCC isolados no presídio de Presidente Bernardes, revelou que os detentos lhe indagaram por que haviam sido transferidos para a cadeia de segurança máxima, se o sistema carcerário estava calmo – segundo informações dos presos.

Os serviços de inteligência das Forças Armadas descobriram que a bem organizada ação de guerrilha urbana foi montada por “forças subterrâneas” treinadas e coordenadas por especialistas em terrorismo do grupo separatista basco ETA. O mesmo grupo, secretamente, vem dando treinamento de guerrilha, há dois anos, a membros do Movimento dos Sem Terra e à Via Campesina (que invadiu, em março, a Aracruz Celulose no Rio Grande do Sul). O objetivo de tais ações de terror é travar uma guerra psicológica para desmoralizar as autoridades de segurança e enfraquecer, politicamente, os governos estaduais, como teste para futuras ações revolucionárias.

Google go home?!

Bom, agora a culpa de haver imbecis e criminosos nesse país é da Google, que criou um sistema de relacionamentos gratuito – o Orkut – cujo bom funcionamento depende da liberdade e do bom senso dos usuários. E como também existem brasileiros que não conseguem se comportar – pedófilos, traficantes, etc. – o Estado brasileiro pretende pedir a “desconstituição da pessoa jurídica” da Google no Brasil. Que lindo! Daqui a pouco expulsam também o mecanismo de buscas – porque é possível usá-lo para encontrar coisas do mal (tipo sites contra o governo) – e iremos voltar mesmo não apenas à idade da pedra mental, mas à de fato. Ou quem sabe a algo mais, hummm… chinês.

Cada dia é mais forte a minha impressão de que chegaremos ao famoso “éramos felizes (ou pelo menos livres) e não sabíamos…”

A propósito: já imaginou que maravilha se o Estado brasileiro consegue quebrar o sigilo de todos os usuários do Gmail? Toda nossa correspondência devassada… que poético!

Chávez: una amenaza real

Hugo Chávez – aquele cara que agora manda no Lula – já se cansou de dizer a que veio, mas, como tudo o que ele planeja não é senão uma “conspiração”, e portanto uma “fantasia”, ninguém precisa preocupar-se com ele. Só os que tiverem alguma massa cinzenta…

Eis um documentário, em cinco partes, que deve ser assistido.

Os demais também são curtos:

Um observador de farândolas

    “Embora vista como desgraçada insossa, a estupidez ainda grassa na paisagem”
    (lavra pessoal)

Impressionante! Embora habite um tronco oco no meio da floresta, nunca deixo de receber notícias frescas do que se passa no Orbe. Incrível! E, claro, isso tudo me leva a fazer a única coisa que os médicos ainda não proibiram, isto é: raciocinar. E como não fazê-lo vendo coisas tão exóticas existindo ao redor, hein?

Sucessivamente vejo coisas assim acontecer: em Lisboa, um gêmeo português tenta o suicídio e acaba matando o irmão por engano. Do outro lado do mundo, uma família inteira de — supostos idiotas — turcos anda de quatro o tempo todo enquanto que aqui, uma deputada erecta — e confirmadamente idiota — metida a saltatriz maluca, dança, comemorando a impunidade que rola solta.

Está aí o motivo para grandes lucubrações. No mesmo instante que pretendo iniciá-las, uma amiga cancela seu sagrado uisquezinho vespertino porque iria doar sangue no dia seguinte. Meu Deus! Todos enlouqueceram, menos o pequeno Toledo, é claro, que agora inicia o deambulatório filosófico das quintas lembrando-lhes que, bem antes dos ufanismos do astronauta brasileiro subir ao espaço, eu já estava com o saco na Lua.

O sumiço das meninas

Bom, parece que as meninas deste blog andam sumidas de novo. Então…

Aline Morais

A maravilhosa Aline Morais.

Infância paulistana ou O cano e a chupeta

O Cano e a Chupeta

By Diogo Padgurschi/Folha Imagem

O fundo buraco da violência

Desnecessárias, em minha opinião, quaisquer teorias conspiratórias para a explicação da tragédia paulistana. Não consigo não ler psicanaliticamente essa necessidade infantil de achar um culpado, discernir o bem e o mal, numa complexa situação em que há muitos responsáveis (quase todos nós e nossos antepassados aqui nesses trópicos) – uns mais e outros menos, diga-se de passagem. Não adianta apontar o dedo, chorar e ranger os dentes. O buraco é muito fundo. É a falência de um projeto de sociedade. Eu não vejo luz no fim do túnel brasileiro. E isso não é só culpa do PT. É também. Mas também é minha e sua.

Aqui está uma visão equilibrada sobre o assunto: o comunicado público emitido pela Justiça Global. Para outras opiniões inteligentes, vale clicar também no sempre sábio Cláudio Weber Abramo.

A Justiça Global, organização não-governamental de direitos humanos, expressa sua mais veemente condenação aos atos de violência que tiveram lugar no estado de São Paulo nos últimos dias, e também à resposta das autoridades estaduais a esses atos.

Ainda sobre o terror em São Paulo

Três textos que, caso se queira entender o que se passou em São Paulo, não podem deixar de ser lidos: Os autores do espetáculo, A eloqüência dos fatos e Não é a Bolívia, estúpido!. Sim, todos do Olavo.

E aos amigos que estão no exterior – Paola (Espanha), Sérvio (França), Rosa (Nova Zelândia), etc. – eis alguns videos tratando do caos que rolou na maior cidade da América do Sul (no primeiro aparece, por alguns segundos, o grande culpado por esse estado de coisas):

Sound Travels – Myrna

    Mais um pouco de nujazz:

    [audio:http://www.archive.org/download/myrnaSoundTravels011006_0/011006.mp3]

Fonte: Myrna.

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