blog do escritor yuri vieira e convidados...

Autor: pedro novaes Page 17 of 33

Imagens das Montanhas

Foto Ganhadora
A Banff Mountain Photography Competition é o principal concurso internacional de fotografias sobre montanhas. Realizado pelo Banff Center e pela National Geographic Society, acaba de divulgar as imagens premiadas na edição deste ano. O grande prêmio foi para a imagem acima, capturada por Andrew Querner, durante uma escalada no Cirque of the Unclimbables, Canadá. A expressão de incerteza de seus companheiros em meio ao clima inclemente durante uma escalada radical resume de maneira incrível a experiência do montanhismo. Para conhecer os ganhadores nas outras categorias, clique no link acima.

Me belisquem

Rapaz, quase não dá pra acreditar, mas parece que é verdade. A Câmara Municipal de São Paulo realmente aprovou o fim de todo o tipo de propaganda externa na cidade: outdoors, bilboards, banners, faixas, letreiros em táxis, ônibus e até aviões. Na mesma leva, os tamanhos de totens e painéis em fachadas de comércio foram significativamente reduzidos. O projeto original do prefeito Gilberto Kassab (PFL) foi tornado ainda mais restritivo pelos vereadores.

As empresas de publicidade estão esperneando. A ver se o judiciário não mela a história e se a Prefeitura realmente fiscalizará.

De tão positivo, nem parece verdade. Aqui o link da matéria na Folha de hoje.

Quando a Ecologia Chegou

QEC

A relação entre áreas de proteção à natureza e comunidades locais em países do Terceiro Mundo é algo pra lá de complicado. Qualquer um que conheça nossos parques nacionais e tenha olhos de ver sabe disso. A proteção à natureza por aqui frequentemente tem como efeito colateral prejuízos aos modos de vida e à cultura de inúmeras comunidades locais. A ortodoxia conservacionista leva muitas vezes à geração ou ao aumento da pobreza, em função das restrições impostas a atividades econômicas de subsistência.

Mais recentemente, entretanto, novas formas de pensar a conservação em parceria com estas comunidades têm levado a resultados muito interessantes, tanto para as populações, quanto para a natureza. As reservas extrativistas, surgidas a partir do movimento dos seringueiros na Amazônia, são um modelo absolutamente inovador e brasileiro de conservar a natureza e melhorar a qualidade de vida das populações. Ao invés de tomar sua terra para que o Estado a conserve, faz-se o inverso: asseguram-se a estas populações os direitos sobre o território e elas, com o devido apoio, se encarregam de preservar.

Vou lavar meu cachecol

O post do Yuri sobre o demônio do Lula querendo acordar e o do Paulo reproduzindo o artigo do Reinaldo Azevedo sobre “Origens do Totalitarismo” primeiro me deprimiram, depois me deram uma preguiça danada.

Aí fiquei pensando pra onde vou me mandar na hora em que essa escumalha fechar o Congresso e começarem os fuzilamentos. Até troquei uma idéia com o Paulo sobre o assunto e chegamos à conclusão de que primeiro nos exilaríamos nos Estados Unidos só de implicância. Eu faria até um discurso exaltando o capitalismo, o que não combina comigo, antes de levantar o dedo e bater a porta atrás de mim. Depois, provavelmente iria para Buenos Aires tirar onda usando meu cachecol com ar blasé, tomando mate e fazendo de conta que lia Ernesto Sábato em bancos de parque, enquanto remoía meu ódio e me autoflagelava por já ter dito palavras como “neoliberal”, por ter feito parte de uma chapa do DCE e, pior, por ter digitado 13 duas vezes em 2002.

Mas depois fiquei racional e lembrei que o verdadeiro equilíbrio do poder aqui, o fiel da balança desta pobre democracia, não está nos checks and balances e blá blá blá, mas em que tem o cacete guardado, isto é, nos milicos. Essa escumalha do PT e o demônio do Lula só podem aprontar qualquer aventura deste naipe se os militares concordarem em ficar quietos nos quartéis ou até em sair de lá para ajudar a fechar o Congresso. Se não, não vai.

Eu queria saber um pouco mais sobre o perfil dos comandantes das forças armadas e sobre as idéias que circulam pela caserna hoje. Eu acho que, neste segundo mandato, se esta turma do PT sentir que tem suporte dos tanques, o bicho pega. Mas eu acho que não tem. Acho que os milicos, para o nosso bem, não se aventuram.

Por via das dúvidas, vou reforçar os contatos com meus amigos nos EUA e na Argentina e mandar lavar meu cachecol.

Memória Carnal

Descobri hoje um bicho de pé que trouxe lá do Xingu.

De Volta de um Outro Tempo

Estou de volta. Na pressa, nem avisei aonde ia. Peço desculpas. Mas fui e voltei. Fui conhecer outro espaço-tempo. Como seria de se esperar, foi experiência radical. Não se olha o mundo com os mesmos olhos depois de usar, ainda que canhestramente, as lentes de um índio, como alertava Darcy Ribeiro.
Fui ao Xingu, Alto e Baixo, trajeto de um mês, passando por seis etnias diferentes com nomes de sonoridades distintas: Waurá, Kalapalo, Yawalapiti, Kuikuro, Metuktire e Panará.
Eu não fui ao passado, porque não acredito na idéia de “sociedades primitivas”. Ao contrário, considero-as muito avançadas em diversos aspectos. Mas também não fui ao futuro, porque não acredito que nossa trajetória nos possa levar a algo semelhante. Leva a lugares diferentes, que podem ser melhores ou piores.
Acredito que as sociedades indígenas brasileiras se aproximam em muitos aspectos de certas utopias humanas: igualitárias, constituídas por pessoas absolutamente livres e autônomas, que não dão, nem recebem ordens. Lá não há asilos, presídios, favelas, nem hospícios,
Ao mesmo tempo, não desejo, nem posso ser índio. Sei que não seria capaz, e me oprimem a falta de individualidade (ainda que paradoxalmente haja a mais profunda autonomia), de privacidade e de solidão.

O Misterioso Lombardi

O misterioso Lombardi
Ao fazer o post abaixo sobre o seu Sílvio, solucionei para mim mesmo um dos grandes mistérios da humanidade: quem é o Lombardi?

Como imagino que muitas pessoas, assim como eu, não durmam pensando nisso e se perguntando se é verdade, conforme dizem, que ele já morreu e que, na realidade, um computador com suas gravações antigas seria quem faz as locuções dos programas do Seu Sílvio, decidi divulgar seu paradeiro.

Na verdade, descobri todo o universo virtual dedicado ao meu ídolo bizarro, como a Página do Sílvio Santos, mantida por um de seus fã-clubes, contendo trechos deliciosos de vários de seus programas antigos e tiradas bizarras. Está lá o tema do “Show de Calouros” para você fazer download e colocar em seu Ipod (eu já pus no meu), bem como a coleção completa dos discos gravados por Sílvio Santos.

Mas voltando ao misterioso Lombardi, cuja foto estampo acima, clique aqui e saiba tudo.

Fotos com Celebridades

Seu Silvio no Show de Calouros
Tirar fotos com celebridades é uma coisa meio ridícula. Tá bom, vá lá, uma megacelebridade ainda vai. Mas ridículo mesmo é tirar foto ao lado de pequenas celebridades ou celebridades de momento, tipo ganhadores de Big Brother ou atletas de terceiro escalão.

(Qualquer foto com celebridade de qualquer tipo está perdoada se for para aquele quadro do chifrinho do “Pânico na TV” – já viram? -, em que as pessoas mandam fotos em que aparecem fazendo chifrinho em celebridades? É genial.)

Mas, como toda regra tem sua exceção, há sempre aquela celebridade com quem a gente tiraria uma foto, mesmo achando ridículo tirar fotos com celebridades. E eu quero dizer qual é a celebridade com quem eu sou louco parar tirar uma foto: o Sílvio Santos. Ele é genial. O cara é muito bizarro. Não há nada igual na TV brasileira, quiçá mundial: aquele cabelo, a voz, os trejeitos, aquele microfone estranho pendurado no pescoço, a barreira em torno de sua vida pessoal, mas sobretudo o espírito mais sádico e sarcástico da TV. Eu pago qualquer coisa por uma foto com o seu Sílvio.

1) Com que celebridade você gostaria de aparecer fazendo chifrinho em uma foto?

2) Com que celebridade você daria tudo para tirar uma foto?

Os dois Estados Unidos de Truman Capote

Diferentemente de até bem pouco tempo, eu hoje tenho grande vontade de voltar aos Estados Unidos. Este desejo acaba de receber uma boa dose de reforço com a conclusão da leitura de “In Cold Blood”, a célebre “novela de não-ficção” do mestre Truman Capote.

Evito ao máximo ler traduções de livros publicados em línguas que domino. Como já exerci o ofício de tradutor, atento para e me irrito em excesso com os erros ou escolhas equivocadas de meus colegas. Além do fato óbvio de que o estilo de um mestre como Capote só pode ser integralmente apreciado no original.

Desta forma, comprei na Livraria Cultura uma edição paperback deste best-seller logo depois de assitir ao espectacular Capote, filme que rendeu o merecido Oscar de melhor ator a Philip Seymour Hoffman, e que conta a história do envolvimento do escritor com os fatos reais que inauguraram um novo gênero literário – o que se passou a designar como “non-fiction novel” – e geraram este livro que permanece como uma das grandes obras da literatura americana: o assassinato de uma próspera família numa comunidade rural do interior do estado do Kansas.

O indiano que prefere o futebol ao críquete

Há um indiano que prefere o futebol ao críquete. Ele se chama Rahul Chandawarkar e tem o corpo magro e esguio, a pele tostada e o cabelo negro e liso como muitos de seus compatriotas. Rahul é jornalista e trabalha para o The Times of India, um dos principais jornais do subcontinente. Um dia antes do horrendo atentado terrorista de Mumbai, Rahul publicou o artigo reproduzido abaixo em referência à Copa do Mundo e ao poder do futebol para romper barreiras culturais e unir as pessoas.

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