blog do escritor yuri vieira e convidados...

Categoria: Viagens Page 21 of 38

Motivos de conversão religiosa

Só uma minoria muito reduzida se converte a uma religião — ou ao ateísmo — por achar que ela detém a hipótese mais verdadeira sobre a criação do universo, a natureza de Deus, do homem ou do que quer que seja. A imensa maioria se converte, não porque busque a verdade e a encontre numa determinada religião, mas simplesmente porque espera obter um benefício com a conversão.

Na juventude o homem (o homem e a mulher, obviamente) deseja o sexo sem o peso dos compromissos conjugais, deseja desobedecer aos pais, para fazer suas próprias descobertas, deseja experimentar o álcool e as drogas, porque todo mundo diz que é legal. Então surge uma conversão ao ateísmo ou a alguma espécie de religião pessoal, na qual beber e fazer sexo sem compromisso não sejam pecados. Nem sequer passa pela cabeça do jovem a idéia de examinar filosoficamente as religiões em busca da mais verdadeira. O ateísmo é escolhido porque lhe permite satisfazer seus desejos e não por motivos filosóficos.

Lugares-Memória II Memory Places II

Já é madrugada, mas vários casais passeiam com bebês nesta praça. A fonte borrifa sua água sobre nós, e eu fecho os olhos, desfrutando o contraste de sensações depois do dia de escorchante calor neste oásis no deserto. Longas conversas depois de duas garrafas de vinho à mesa de um café sob as árvores da calçada. Amanhã, partimos para a montanha mais alta das Américas.

As ruas densamente arborizadas, os cafés nas calçadas, a sombra dos Andes a poucos passos e sua personalidade latina fazem de Mendoza uma das cinco cidades mais legais deste continente.

It is late in the evening, but several couples stroll around carrying their babies. The fountain sprinkles its cold water on us. I shut my eyes, enjoying the contrast between this sensation and the scorching heat during the day at this oasis in the desert. Long talks after two bottles of wine at a sidewalk café under the trees. Tomorrow, we depart to the highest mountain on the American continent.

The shaded streets, sidewalk cafés, the shadow of the Andes, just a few steps around, and its Latin personality inscribe Mendoza among the five coolest cities of Latin America.

A Brave New World 2

Meu primeiro texto foi inserido aqui pelo Yuri na sexta de madrugada e no fim de semana como não tive tempo pra acessar a página também não obtive a oportunidade de me apresentar e agradecer, o que aproveito pra fazer agora. Enfim, saudações a todos que aqui escrevem e lêem e espero compartilhar idéias e aprendizados com todos.

Essa continuação de meu primeiro texto é uma compilação de emails que troquei com meus amigos do curso de Ciências Sociais da USP – onde estudamos juntos e onde conheci o Yuri – e acho que explica um pouco melhor de onde tirei essas idéias, já que responde a algumas dúvidas e críticas quanto ao game ser uma ferramenta de transformação, em especial aos MMRPG´s (Massively Multiplayer Role Playing Game). Estou há anos estudando este tema por conta de meu trabalho, mas uma de minhas paixões também é a ficção científica e me baseei muito no Livro “A Cidade e as estrelas“, de Arthur C. Clark, que acredito ter influenciado o roteiro de Matrix mais do que qualquer outra fonte, porém também creio que a tecnologia seja apenas uma ferramenta poderosa, um meio, e não uma solução. Neste livro a tecnologia que contém todo o conhecimento do universo é usada para dar aos homens diversos tipos de experiências de vida através das “sagas”, mas Alvin, o protagonista, eleito como “Neo”, deixa de livre-arbítrio “Diaspar” em busca de conhecimento verdadeiro. Aproveito para postar também uma poesia de Carlos Drummond chamado “O homem; as viagens“, a qual apresenta como único destino do homem o retorno para dentro de si, e talvez neste caso a tecnologia apresse ou retarde essa busca. De qualquer maneira ela está aí…

A Brave New World

Um filme que marcou muito minha infância foi “O Vingador do Futuro”. Nele, Schwarzenegger tem uma experiência de imersão total numa máquina de realidade virtual e vive uma aventura hollywoodiana, em contraponto à sua vida monótona. Já em “Matrix”, outro filme que enreda na mesma pergunta – “O que é a realidade e o que é fantasia?” -, Neo já nasce e vivencia diariamente uma ilusão, de onde terá que lutar para escapar e salvar a humanidade. São, enfim, dois filmes de ficção com visões hipotéticas de para onde a tecnologia poderá nos levar.

E independentemente de se para um futuro dramático como em “Matrix”, ou cômico como no caso de “O Vingador do Futuro”, a questão que merece consideração é que a tecnologia é a vedete dessa transformação e ela está mais próxima do que parece. No mundo dos Games.

Pão em coreano

Assisti ao filme coreano citado pelo Pedro NovaesCasa Vazia, de Kim-ki Duk – ainda em São Paulo. Também gostei apesar da forçação de barra do final. (Nossa, sensação mais esquisita, acho que nunca havia escrito forçação na minha vida, imagine, uma palavra com dois c-cedilhas!) Na mesma semana em que o assisti, fui a uma festa com o Sunami Chun, diretor-presidente da Monkey Lan House. Lá, o Chun me apresentou “Marcelo”, assim entre aspas porque, na verdade, “Marcelo” era da Coréia do Sul e, depois de quase dois anos no Brasil, decidiu adotar um nome que, além de ser “sexy para as mulheres”, não fosse impronunciável por seus amigos brasileiros. Misturando português com um tanto de inglês (de Tarzã), conversamos longo tempo sobre seu país, seu cinema atual, sua história, a língua, a influência chinesa, japonesa, portuguesa e assim por diante. Porém, como neste exato momento estou com meu módulo baiano ativado, e por isso estou com uma preguiça de rachar o chão, me limitarei a descrever apenas alguns pontos desse papo. (Atenção, baianos, não estou sendo preconceituoso: realmente herdei alguns legítimos genes baianos dos meus avós paternos e, tanto como o Caymmi, sei do que falo.)

O sonho

Dirijo o carro. Não sei qual cidade é. Não sou daqui. Os nativos falam uma língua que não conheço, mas eu a entendo perfeitamente. O trânsito está complicado. Decido deixar o carro.

Caminho por uma rua estreita e inclinada. Tem calçamento de pedras. Desço-a. A via está tomada por pedestres e tem muitas lojas pequenas. Parecem lojas para turistas.

Sinto uma sensação estranha. Vislumbro a rua estreita à minha frente. Sinto vontade de correr. Devo percorrê-la. Preciso chegar até o seu fim. Parto. Corro. Corro bem rápido. Devo chegar ao fim da rua.

O tempo está nublado. Há muitas nuvens escurecidas. Corro. Começo a ver o mar, as nuvens sobre o mar. Ainda é dia, há sol também, mas a noite já começa a surgir. Ainda corro. Estou chegando perto do mar, estou chegando. Vejo um pequeno píer. Não há embarcações. Do lado direito, uma montanha.

De Juquehy ao Tietê

Juquehy, 8jan6, 20h11Passei o fim de semana em Juquehy [clique na foto], praia bacana no litoral norte de São Paulo. Foi ótimo, diga-se. O lance foi a volta, na segunda-feira de manhã. É estranho passar pela Anchieta-Imigrantes. Depois da inauguração das novas pistas há uns 2 anos, o sistema ficou ainda mais impressionante.

Ao subir a Serra do Mar, vê-se um enorme complexo de pistas suspensas, encravadas no meio da mata preservada da reserva. Sem falar dos longos túneis que transpassam a montanha. No início da via, avista-se bem lá no alto o trajeto de curvas a percorrer; já em cima, bem lá embaixo o percurso vencido. Engenharia em seu sentido mais nobre. Às vezes fico extasiado com a capacidade humana.

O “estranho” a que me referi ali em cima é o que se vê além e depois disso. E por que motivo conseguimos construir algo tão impressionante e, ao mesmo tempo, o que há em seguida.

De início, cruza-se Cubatão. Preciso dizer algo?

Lugares-Memória Memory Places

Lugares não são lugares. Lugares são memórias. Óbvio. É claro que lugares bonitos e paisagens grandiosas têm muita chance de figurar em nossa galeria pessoal de locais favoritos no coração. Mas é evidente que, se passamos por maus momentos nesses lugares ou se os cruzamos em meio a um mau estado de espírito, dificilmente eles constarão dessa lista. Por outro lado, locais aparentemente bestas e desprovidos de maiores atrativos podem se tornar grandiosos na lembrança, conforme o vivido. Um quarto sujo e mofado de hotel na decadente zona portuária de Cádiz pode ter sido o palácio de uma grande paixão; um boteco comum em São José dos Campos, palco de um memorável debate filosófico; os bancos apertados de um ônibus entre a Cidade do México e Guadalajara, a oportunidade de conhecer alguém que se tornaria um grande companheiro de aventuras.

Quero compartilhar alguns dos meus lugares favoritos, começando com o especialíssimo Mirante das Três Gargantas. Seria bacana ouvir de outros seus lugares favoritos também.

Barra do Superagüi

Visão de 270 graus: as ilhas, um vão – através do qual o imenso Atlântico se revela para além de um farol – a longa restinga, a vasta Serra do Mar em sucessivas camadas de montanhas – do preto ao cinza embaçado. Contra esse céu largo, o vôo de um biguá solitário, o mar, o mar, o mar e a luz amarela densa desse fim de dia deixando mais existentes as madeiras desse barco que singra as águas dessa baía, cortando esse ar frio e intenso. E essa mulher de sombrancelhas grossas do outro lado do convés me instilando sentimentos e fantasias de me largar no mundo, sem tempo, nem dia.

Dia mundial do pulo

Isto saiu na revista Galileu Nº173 de Dezembro/2005:

Está marcado para 20 de Julho de 2006 o “World Jump Day” (Dia mundial do pulo). Na data, 600 milhões de pessoas irão pular juntas para mudar a órbita da Terra e ajudar a resolver o problema do aquecimento global. A idéia foi inspirada em um estudo publicado em 2004 por pesquisadores alemães, que dizia que o planeta poderia mudar sua órbita com a ajuda da combinação de forças de 600 milhões de pessoas do hemisfério ocidental pulando ao mesmo tempo. Quem quiser participar pode se cadastrar no site WorldJumpDay.org.

Claro que os orientais irão aderir à moda e a Terra – com a juda de um bilhão de chineses – quebrará ao meio feito um ovo. Neste dia, se Deus quiser, estarei em Alto Paraíso, na Chapada dos Veadeiros…

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